© Nuno Leites

“Há mais coisas no céu e na terra, Horácio, Do que se sonha na tua filosofia.”
Hamlet, de William Shakespeare

Para lá do véu que cobre este nosso mundo, um outro existe.

Aglomerado de medos e mitos, espreita sem que se deixe ver, ainda que se pressinta a rasgos impressionistas por entre as frinchas do nosso quotidiano palpável. As portas que o encerram são sólidas, muralhas, até, nas palavras de um dos protagonistas. Mas essa solidez, reforçada pela nossa própria recusa em dar crédito a tudo o que a história desvalorizou como fábula, é sumariamente demolida, pedra por pedra, numa noite de verão, quando o impossível se revelou ser não mais do que imprudente…

Conto de contornos góticos, escrito, a passos, em jeito de policial epistolar, a outros como conto de fadas soturno, sensual e degenerado, oscilando entre um lirismo bucólico e pagão e uma narrativa fragmentada, “O Grande Deus Pã” é uma pequena jóia de ficção de fins do século XIX, um “quadro de horror” pintado com maestria por Arthur Machen e um convite a atravessar o umbral que nos protege desse outro mundo, geograficamente perdido entre vastos bosques galeses, becos londrinos e ancestrais vinhas romanas.

Tradução, adaptação e encenação: Pedro Galiza
Assistência de encenação: Inês Simões Pereira
Interpretação: Daniel Silva, Diogo Freitas
Musica original: Sofia Faria Fernandes
Concepção plástica: Pedro Morim
Fotografia: Nuno Leites
Apoios: TUP – Teatro Universitário do Porto e
Teatro Nacional São João

Co-produção: Momento-Artistas Independentes e
Casa das Artes de Famalicão

Outubro, 2017 · Casa das Artes de Famalicão

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